Por G1, O Globo, Extra, CBN, Valor, GloboNews, TV Globo e Época

Com tantos conteúdos duvidosos disseminados na internet, fica difícil saber o que é notícia (fato) e o que é falso (fake) hoje em dia. Por isso, a equipe do Fato ou Fake preparou um manual com dicas práticas que ajudam a identificar se a mensagem que circula nas redes sociais e no seu WhatsApp é verídica.

Não leia só o título

É comum que conteúdos falsos sejam publicados com títulos sem relação com o texto ou que manipulam as informações. Duas linhas dificilmente dão conta de todo o contexto de uma notícia. Ler uma publicação do início ao fim antes de compartilhá-la diminui as chances de espalhar um boato.

Desconfie de textos alarmistas

Manchetes e textos muito alarmistas podem até despertar a sua curiosidade, mas o objetivo costuma ser apenas conseguir cliques. Aqui entra o bom senso: se uma notícia parecer, à primeira vista, “inacreditável”, talvez seja justamente porque ela não existe. Em geral, quem tenta enganar os leitores escolhe exagerar ou inventar eventos absurdos para mexer com a emoção do público, principalmente quando as opiniões estão polarizadas.

Informações vagas são mau sinal

Textos com informações genéricas, sem identificação dos envolvidos ou o local do fato, são pouco confiáveis. Notícias sérias respondem às perguntas mais importantes do leitor e mostram detalhes sobre um determinado fato. Se o texto não identifica as fontes das informações, fique alerta. Pode ser pura invenção.

Confira a data da publicação

Textos antigos costumam voltar a circular pelas redes quando algum assunto vira notícia. Fique atento à data da publicação. Mesmo que um dia a informação compartilhada tenha sido verdadeira, com o passar do tempo ela pode se tornar falsa ou provocar confusão.

Em 2012, um link de uma reportagem sobre o cancelamento do Enem foi difundida às vésperas da prova, provocando pânico nos candidatos. Só que a notícia era de 2009, quando o Enem foi adiado para todos os inscritos após a descoberta do furto das provas. O caso foi parar na Polícia Federal, e o Ministério da Educação (MEC) convocou uma coletiva para desmentir o cancelamento.

Cuidado com vídeos, fotos e áudios

Imagens e áudios podem ser facilmente editados e tirados de contexto. Desconfie de vídeos que mostram cenas incomuns. Tente encontrar a gravação original e pesquisar as circunstâncias em que ela foi feita.

 

Em maio de 2018, por exemplo, internautas compartilharam um vídeo informando equivocadamente que militares haviam começado a fiscalizar o Congresso Nacional. As imagens, porém, eram de uma visita dos estagiários dos cursos de Alto Comando da Escola Superior de Guerra, da Escola de Guerra Naval e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, previamente agendada. Ao contrário do que foi noticiado por alguns sites, que o “Exército quer marcar presença para garantir a democracia e a segurança nacional”, ninguém do grupo fez qualquer pronunciamento durante o encontro. A íntegra estava disponível no canal da TV Senado no Youtube.

Recentemente, o padre Marcelo Rossi precisou esclarecer em um vídeo nas redes sociais que ele não era autor de um áudio que circulava por grupos de WhatsApp com reflexões sobre política.

Cuidado com fotos, que podem ser manipuladas digitalmente para enganar o leitor. Se a foto publicada na internet parecer estranha, dê um clique com o botão direito do mouse sobre ela e escolha a opção “procurar imagens”.

Esse recurso pode revelar quantas vezes a imagem já foi reproduzida na internet anteriormente e apontar se a imagem antiga está sendo usada para montar um conteúdo enganoso.

Confira a publicação em um veículo profissional de imprensa

Quando uma informação é verdadeira e relevante, ela provavelmente foi publicada por algum veículo profissional de imprensa. Procure saber se já existe alguma reportagem sobre o assunto e confira a apuração: o jornalismo tem o compromisso de ouvir e incluir o outro lado da história.

Segundo material produzido pelo Instituto Poynter, entidade americana que analisa e estuda a imprensa, quando você acessa um site, a primeira coisa que deve fazer é verificar onde está e quem está por trás das páginas que está lendo. Se não conseguir encontrar nenhuma informação sobre o autor ou nenhuma seção que explique o que é o site, é melhor ficar atento.

 

Consulte as fontes

É fácil atribuir um número ou uma informação a um órgão oficial ou a uma organização privada, mesmo que seja falso. Por isso, é necessário sempre checar as fontes. Muitos órgãos públicos apresentam dados em seus sites, o que facilita a pesquisa. Também é possível fazer uma busca online pelo nome da pessoa que é responsável pela informação. Assim, é possível comprovar se ela efetivamente existe, se trabalha na empresa envolvida, entre outras informações.

Um caso recente foi uma falsa da capa da revista “Veja” sobre um escândalo de pesquisas eleitorais compradas, que circulou no WhatsApp. Contudo, a capa da revista que já estava nas bancas era sobre os 50 anos da publicação.

Uma notícia relevante raramente é publicada por apenas um veículo de imprensa. Desconfie e pesquise se ela foi publicada também em outros veículos confiáveis.

Verifique antes de compartilhar

Repasse apenas informações que você tem certeza que sejam verdadeiras. Você é responsável pelo que compartilha. “Mande esse texto para todos os seus contatos” ou “faça essa mensagem chegar ao maior número de pessoas” são frases comuns em textos que contêm notícias falsas.

Verifique se a informação que você recebeu foi alvo da verificação de grupos de checagem como o Fato ou Fake, que apontam em conteúdos com grande difusão na internet o que é falso e o que não é.

Fonte: g1.globo.com