A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no Brasil 15% das mulheres ou sete milhões sofrem com a endometriose. A doença – que atinge uma a cada 10, com idades entre 15 e 45 anos – afeta 176 milhões de mulheres no mundo, sendo responsável pela metade dos casos de pacientes que não conseguem engravidar.
De caráter crônico e ainda sem causas definidas, a endometriose vem crescendo em números de casos na população feminina, sendo classificada como a doença da mulher moderna. O endométrio é a parte interna do útero que cresce todo o mês à espera de uma gravidez e quando isso não acontece, esse local descama e a mulher menstrua.
“Se o endométrio está dentro da cavidade, podemos identificar uma situação normal, mas se ele sai da cavidade uterina e infiltra em outros locais do corpo feminino, como as trompas, ovário, intestino e bexiga, isso pode ser nominado como endometriose”, explica o ginecologista João Oscar de Almeida Falcão Junior.
Dentre seus principais sintomas estão as cólicas menstruais intensas; fluxo menstrual exacerbado ou irregular; dor no fundo da vagina, na bexiga ao urinar, e durante os movimentos intestinais; desconforto durante a relação sexual; inchaço; náuseas; vômito; dificuldade para engravidar ou a infertilidade; e entre outros.
“Muitas mulheres ao serem diagnosticadas com a doença ficam perdidas na procura por tratamento, pois a doença atinge várias partes da região pélvica e se comporta de maneira diferente em cada paciente, assim se torna necessário um atendimento multidisciplinar e especializado”, fala o médico.
Por mais que o ginecologista seja a referência da mulher para as questões de saúde, em especial para a endometriose, é necessário muitas vezes uma abordagem que vai exigir a atuação de um proctologista, urologista ou de outros profissionais.
Os sintomas da dor nas mulheres com endometriose podem se manifestar de variadas maneiras e intensidades. “Existem pacientes que tem a endometriose mínima e com sintomas intensos, apresentando desconforto nas relações sexuais e dificuldade para engravidar, mas ao mesmo tempo, também existem pacientes que possuem várias lesões da endometriose, são assintomáticas, conseguem engravidar e ter uma vida completamente normal”, pontua.
A doença pode ser tratada de forma medicamentosa – por meio do uso de analgésicos, anti-inflamatórios, progestágenos, pílulas de baixa dose, análogos de GNRH ou DIU Mirena – ou cirúrgico de forma aberta, videolaparoscópica ou robótica. A cirurgia consiste basicamente na retirada das lesões, e isso pode implicar na retirada parcial ou integral de um órgão.
“A endometriose pode interferir no processo de engravidar, mas quando a gravidez acontece, a gestação tende a evoluir de forma positiva. Quanto ao avanço da doença neste período, podem existir exceções, mas não é muito comum, pois a mulher grávida produz muita progesterona, uma substância que naturalmente bloqueia o endométrio”, avisa.
Ainda que apresente o comportamento infiltrativo, a endometriose é benigna e não tem possibilidade de se desenvolver como um tumor maligno. O diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de se evitar as complicações do desenvolvimento dessa infiltração.
Fonte: http://portalprudentino.com.br