Ação espera reduzir suspeitas de coronavírus, que tem sintomas parecidos (Foto: Arquivo/EBC)

Agência Brasil

Em 28/02/2020 às 10:50

Por causa da confirmação do primeiro caso de coronavírus no país, o Ministério da Saúde decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe. Prevista para abril, a imunização terá início este ano no dia 23 de março.

Para a campanha, serão disponibilizadas 75 milhões de doses. “Antecipamos em 23 dias a data prevista original para essa campanha”, diz o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

A campanha vai privilegiar gestantes, puérperas, crianças de até seis anos de idade, idosos e, possivelmente, acrescentou o ministro, outros grupos de pessoas que trabalham na área de segurança e população carcerária.

“Este ano vamos fazer outros grupos que não os idosos. Devemos fazer [vacinação] nas forças de segurança, na população presidiária completa, nos agentes penitenciários. Devemos fazer a ampliação de segmentos para diminuir a circulação epidêmica”, fala o ministro.

Gripe x Coronavírus

A vacina contra a gripe não previne o coronavírus. Mas segundo o ministro, ela será importante para combater os demais vírus associados a outros tipos de gripes e diminuir a dificuldade dos profissionais de saúde na hora de identificar corretamente o tipo de vírus que está provocando os sintomas no paciente.

“A vacina [da gripe] dá cobertura e deixa o sistema imunológico 80% protegido contra essas cepas de Influenza e virais que estão circulando e são mais comuns que o coronavírus”, disse o ministro. “Para um profissional de saúde, quando um indivíduo tem um quadro gripal e informa que já foi vacinado [contra gripe], isso auxilia muito o raciocínio do profissional para pensar na possibilidade de outras viroses que não aquelas que são cobertas pela vacina. Ela [a vacina] é um instrumento importante porque diminui a espiral de epidemia desses outros vírus que podem eventualmente ocorrer e confundir a população”, destaca.

Coronavírus em São Paulo

Segundo balanço divulgado pelo Governo do Estado, há 85 casos suspeitos de coronavírus em São Paulo. Quase todos esses casos são de pessoas que estiveram no exterior. Duas delas não estiveram no exterior, mas tiveram contato com o homem de 61 anos, morador de São Paulo, que foi infectado com coronavírus. Todas elas estão em seus domicílios e passam bem.

O infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19 em São Paulo, diz que as pessoas com suspeita de coronavírus só devem buscar um centro de atenção primária caso apresentem problemas respiratórios, ou seja, dificuldade para respirar.

Do contrário, caso os sintomas sejam apenas tosse e febre, o conselho é para que as pessoas permaneçam em casa, hidratando-se. “Paciente com tosse e febre, fique em casa para ser hidratado, com repouso e boa alimentação. Devem procurar os serviços de saúde aqueles que apresentarem algum desconforto respiratório”, fala.

Fonte: www.portalprudentino.com.br