Morre o radialista compadre Giba: o último defensor do sertanejo raiz

Na segunda data que marca o Dia do Radialista no ano, o rádio prudentino está em silêncio. Neste sábado (7), faleceu o comunicador Gilberto de Oliveira, mais conhecido como compadre Giba. O corpo do último guardião do sertanejo raiz será velado a partir das 13h, na Casa de Velórios Athia.

Além de lutar contra a diabetes, Giba era paciente do setor de diálise da Santa Casa de Misericórdia. Recentemente, passou por delicado procedimento cirúrgico nos olhos. 

De acordo com familiares, Giba contraiu uma infecção na última semana. Após mais uma sessão de diálise, sexta-feira (6), passou mal e foi internado. Na madrugada deste sábado, faleceu após sofrer uma parada cardíaca.

O último guardião

Atualmente, o comunicador apresentava um programa sertanejo na Rádio Onda Viva FM. “Ele tinha a rádio como sua casa. Saia das sessões e vinha para a rádio. Fomos pegos de surpresa. É uma tristeza enorme, a família Onda Viva está de luto”, comenta o colega de emissora, o radialista Luciano Teixeira.

Compadre Giba era o último de sua geração e atualmente o único apresentador de programa sertanejo raiz em Presidente Prudente.

Linguagem simples que encantava

O ex-gerente da Rádio Difusora AM, Antônio Soares, destaca a linguagem empregada pelo compadre Giba como responsável pelo sucesso no dial. “Trabalhei com o Giba de 1986 até meados de 2000. Era uma audiência enorme por meio de uma linguagem simples que encantava. Um dos locutores mais populares do nosso rádio”, diz.

O começo no rádio e a vontade de ajudar

Ninguém melhor para descrever quem foi compadre Giba do que um dos maiores locutores do rádio AM de Prudente: Hélio Cassimiro. Os dois profissionais começaram a trilhar o amor pelo rádio praticamente juntos, em 1977, na cidade de Santo Anastácio.

“Em 1977, comecei como locutor na Rádio Cultura de Santo Anastácio e o meu primeiro operador de som foi o compadre Giba. Eu tinha 17 anos e ele 20 anos de idade. Passado algum tempo, o Giba passou a apresentar um programa de manhã e à tarde, o ‘Ranchinho da Cultura’. Era líder de audiência nos horários”, relembra o amigo, que considera Giba como “irmão”.

Cassimiro revela dois momentos em que Giba foi decisivo para sua continuidade na carreira. “Minha convivência com ele foi muito boa. Um amigo, irmão. Como eu morava em Presidente Venceslau, às vezes, perdia o ônibus e não tinha onde ficar. O Giba me acolhia na sua casa, com todo o carinho que era peculiar dele. Honesto, humilde, gente boa”, diz. 

“Depois de um tempo, a convite do falecido Mauro Moraes, gerente da Rádio Difusora na época, o Giba veio trabalhar em Prudente. Em seguida, ele pediu para que o Mauro Moraes fosse até Anastácio acompanhar o meu programa. Foi quando também vim para cá”, pontua. 

‘A Hora do Fazendeiro’

Compadre Giba ficou marcado pelo sucesso conquistado com o programa sertanejo “A Hora do Fazendeiro”, que era apresentado no fim de tarde pela Rádio Difusora. “Com a minha chegada por meio dele, o Giba passou a apresentar o programa ‘A Hora do Fazendeiro’, que era no fim de tarde até começo de noite. Ele sabia tudo sobre música sertaneja. Juntos, participamos como jurados de vários concursos musicais”, comenta Cassimiro. 

“Vai fazer falta, pois um apresentador sertanejo no naipe do Giba é difícil de encontrar. Ele representou o sertanejo com afinco. Na vida, lutou muito; agora descansou”, conclui. 

Velório e enterro

Compadre Giba deixa esposa, três filhos e dois netos. O corpo será velado das 13h às 16h, na Casa de Velórios Athia. O sepultamento está marcado para o Cemitério Municipal de Santo Anastácio.

Fonte: www.portalprudentino.com.br