ROGÉRIO MATIVE
Em 15/06/2021 às 20:14
A Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) decidiu expulsar os quatro alunos do curso de Medicina Veterinária envolvidos na castração irregular e prática de maus-tratos a cães em uma república localizada no Jardim Vale do Sol. A Polícia Civil abriu inquérito e aguarda pela apresentação dos estudantes para depoimentos.
Em nota enviada na noite desta terça-feira (15), a universidade afirma que tal acontecimento não condiz com os princípios institucionais, o que levou a expurgar os estudantes. “Desejamos profundamente que fatos como este não se repitam em qualquer lugar do planeta, e reforçamos aqui o nosso compromisso de lutar para que os animais recebam todo cuidado e carinho que merecem”, diz.
“Há mais de 30 anos, quando iniciamos a Faculdade de Ciências Agrárias, intensificamos a luta pela causa de proteção aos animais de companhia, produção ou silvestres. Este acontecimento recente, que felizmente foi descoberto a tempo de salvar as vidas ali em risco, não condiz com a missão, visão e valores institucionais”, reforça.
A Unoeste diz que segue em contato com as autoridades policiais acompanhando o caso. “Lamentamos profundamente a atitude dos envolvidos na castração irregular e maus-tratos de um cão, fato esse ocorrido fora do ambiente da universidade. Desde o momento que a universidade foi informada sobre o caso, na noite desta segunda-feira [14], gestores da instituição, juntamente com os departamentos jurídico e de segurança, estão em contato com as autoridades policiais acompanhando o caso, assim como se colocou à disposição para acolher e dar todo o suporte ao tratamento necessário ao animal”.
“Temos a maior estrutura do oeste paulista no atendimento aos animais, que é referência no país e presta diferentes serviços para toda a região de Presidente Prudente, inclusive mantém parcerias com entidades de proteção aos animais. Todo início de semestre realizamos o nosso tradicional trote do bem com a doação de toneladas de ração para ONGs da região. São muitas atividades voltadas ao bem-estar animal e, sem dúvidas, esse fato deixou toda a comunidade interna e externa estarrecida”, finaliza.
Todos identificados
A Polícia Civil já identificou os quatro envolvidos e, agora, aguarda pelos depoimentos. Por meio de inquérito, serão ouvidos ainda os policiais ambientais responsáveis pelo regaste dos animais, além da representante da ONG Beco de Esperança, que segue cuidando dos cães.
A Polícia Científica realizará perícia em imagens colhidas por meio das redes sociais, onde os acusados divulgaram a ação criminosa. Eles responderão por abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A pena é de três meses a um ano de prisão.
O caso
O resgate dos animais ocorreu após denúncia de maus tratos realizados em uma residência de alunos localizada no Jardim Vale do Sol. A cirurgia improvisada no animal foi publicada em rede social, o que gerou grande comoção e um abaixo-assinado com mais de 23 mil assinaturas pedindo a expulsão dos estudantes do curso de Medicina Veterinária.
Quando os policiais chegaram um dos cães ainda está sedado e com sutura nas proximidades do órgão genital. Foram localizados materiais utilizados na castração como luvas cirúrgicas, gazes, embalagens com agulhas e uma lata de lixo o testículo do animal.
“Eles filmaram de maneira que zombam até do animal, do sofrimento que causam. Isso configura maus-tratos. Covardemente, eles fugiram do local, mas a Polícia Ambiental já elaborou o auto de infração e a Polícia Civil através de inquérito apura a responsabilidade de cada um deles”, diz o comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar Ambiental, capitão Julio César Cacciari.
De acordo com a ONG Beco da Esperança, o cão sofreu novo procedimento cirúrgico devido a coágulos formados em decorrência da castração feita pelos estudantes.
Agora, está medicado e passa bem. Após se recuperar, o animal irá para adoção responsável.
Fonte: www.portalprudentino.com.br