Sem detalhar as mudanças que espera realizar, o prefeito Nelson Bugalho (PTB) buscará um “modelo diferente” de radares. Segundo ele, o contrato com a Politran Tecnologia e Sistemas Eireli, de São Paulo, que vence neste mês, não será prorrogado pela segunda vez.. Em meio à transição, o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP) encontrou irregularidades em quatro aparelhos fiscalizados em Presidente Prudente.

De acordo com Bugalho, a nova licitação para escolha da empresa que operará os serviços de monitoramento de velocidade na cidade deve ser rascunhada nos próximos dias.

“Nós vamos dar início à nova licitação de radares. Queremos implantar em Prudente um modelo diferente. É um compromisso que já assumi com o Ministério Público e Justiça de fazer uma nova licitação”, pontua.

Em setembro de 2015, a Politran iniciou a operação de radares na cidade após vencer licitação para contrato de um ano ao valor de R$ 4.457.500.

No ano passado, o prazo foi prorrogado por mais 12 meses. Porém, o prefeito adianta que não repetirá a medida tomada pela gestão passada. “Não vou prorrogar o contrato. Queremos fazer uma licitação rapidamente”, diz.

Problemas apresentados

Nesta semana, o Ipem realiza a fiscalização em 14 radares; apenas quatro ficaram de fora da lista. Do total, quatro apresentaram problemas como a falta de registro de velocidade ou medição acima do real.

As falhas foram constatadas em equipamentos localizados na Avenida Manoel Goulart e Avenida da Saudade. Na quarta-feira (30), o órgão deve conferir o último radar da lista. “Agora, a empresa tem que se manifestar e pedir nova aferição. O interesse é deles agora”, explica o delegado regional do Ipem-SP, Thirso Aparecido Marconi. Desta forma, os aparelhos seguem sem funcionamento.

Por enquanto, as multas geradas pelos equipamentos permanecerão válidas até o encerramento da fiscalização.

Briga na Justiça

Desde a implantação, os radares são questionados na Justiça. Neste ano, o Ministério Público Estadual (MPE-SP) recomendou à Prefeitura de Presidente Prudente que afastasse Oswaldo Bosquet do cargo de secretário municipal de Assuntos Viários por ele ser o autor da minuta do edital de licitação para a escolha da empresa responsável pela implantação dos equipamentos na cidade.

Na Vara da Fazenda Pública, o juiz Darci Lopes Beraldo aceitou pedido do Ministério Público para abertura de ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã), Oswaldo Bosquet, além da Prefeitura, Politran Tecnologia e Sistemas Eireli e Eduardo Alvarez Conradt.

Para receber a ação, Beraldo baseou-se em dois pontos: possível direcionamento do edital e defesas preliminares dos envolvidos sem esclarecimentos.

Custa cinco vezes mais

Com uma população de 553 mil habitantes, Londrina/PR tem 20 pontos da cidade monitorados por radares. Lá, o contrato com a Tecdet Tecnologia em Detecções, de Bragança Paulista/SP, custa aos cofres públicos R$ 71 mil mensais, totalizando R$ 852 mil por ano.

Em Prudente, a realidade é bem diferente, com valor anual de R$ 4.457.500,00, ou seja, mais de cinco vezes o preço praticado no município paranaense.

Fonte: http://portalprudentino.com.br/noticia