ROGÉRIO MATIVE

Em 11/03/2021 às 11:11

Estima-se que o custo será de R$ 250 mil para cada emissora passar do AM para o FM (Foto: Arquivo)

 

Após quase oito anos da assinatura do decreto que regulamentou a migração de emissoras do AM para o FM, quatro rádios tradicionais de Presidente Prudente e mais duas de cidades da região dão o primeiro passo efetivo para a mudança, que pode ocorrer ainda este ano.

Em reunião envolvendo diretores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação das Emissoras de São Paulo (Aesp), na semana passada, foram definidas as frequências em que as emissoras de Amplitude Modulada ocuparão no dial de Frequência Modulada.

De Presidente Prudente, são quatro emissoras: a Rádio Comercial AM 1440 KHz passará para o 107,1 MHz; a Prudente AM deixará o tradicional 1070 KHz para ocupar o 98,5 MHz; a Fronteira AM, do atual 1380 KHz para 102,3 MHz.

Já a emissora mais antiga da cidade e uma das primeiras do Estado de São Paulo, a Difusora AM, deixará os 900 KHz para transmitir sua programação na frequência 91,7 MHz.

Na lista, estão ainda as rádios Paulista de Regente Feijó, que atualmente está fora do ar na frequência 1330 KHz, ocupando os 106,7 MHz; e a Rádio Tuiuti de Martinópolis, dos 1010 KHz para os 88,3 MHz.

Conforme apuração do Portal, o destravamento do processo de migração foi possível devido ao empenho direto de engenheiros da Abert.

Antes, porém, o convencimento da proprietária da rede Emissoras Coligadas, Luciana G. Ferreira, sobre a importância da participação da Difusora AM no estudo realizado em conjunto com todas as rádios para evitar o uso da faixa extendida.

Na faixa extendida, as emissoras sumiriam do dial do FM devido a um simples motivo: a população não possui receptores com espectro 76 MHz até 87 MHz. O FM convencional opera em 88.1 MHz a 107.9 MHz.

Próximas etapas

Atualmente, o Ministério das Comunicações realiza a análise de toda a documentação. Em seguida, abrirá consulta pública visando a geração de boletos para pagamento das novas outorgas. Por último, o projeto de montagem das novas emissoras. O rito pode demorar em torno de 120 dias.

Estima-se que o custo será de R$ 250 mil para cada emissora passar do AM para o FM. Em caso de novas instalações, com a compra de torre, antena, transmissor, entre outros, o valor salta para R$ 500 mil, em média.

Medida paliativa

Apesar de ser vista como a salvação das emissoras AMs, a mudança para Frequência Modulada é vista como apenas paliativa por especialistas. O desejo era que o país realizasse a migração para o digital, como ocorreu com os canais de televisão. Contudo, impasse sobre qual modelo que seria adotado dificultou a implantação de um modelo duradouro.

Segundo o Ministério das Comunicações, a migração das emissoras atende a uma demanda das emissoras AM, que há anos sofrem com a perda de sua audiência, pelo fato desse serviço ser mais suscetível à ruídos, interferências, altos custos de instalação e manutenção de estações e, ainda, o alto consumo de energia elétrica para a operação. 

Já foram registrados 1.655 pedidos de migração, dos quais cerca de 850 já estão concluídos.

Na região

Na região do Oeste Paulista, algumas emissoras já conquistaram a migração para o FM: a primeira foi a Cultura de Santo Anastácio (1300 Khz), que passou a operar como Onda Viva no dial 95,7 MHz, desde 2018.

Também foram as beneficiadas as rádios Regional 1360 Khz, de Dracena; Sociedade Rádio Difusora 1.230 Khz, de Rancharia; além da tradicional Rádio Clube Marconi 1.190 Khz, de Paraguaçu Paulista; Rádio Joia AM e Rádio Brasil AM, ambas de Adamantina.

Fonte: www.portalprudentino.com.br