Segundo Ed Thomas, a quebra de contrato poderia piorar a situação do setor (Foto: Sérgio Borges/NoFoco)

ROGÉRIO MATIVE

Em 02/01/2021 às 14:55

Sonho antigo da concessionária Prudente Urbano, o transporte coletivo poderá ser subsidiado pela Prefeitura de Presidente Prudente. Contudo, desde que a empresa melhore a qualidade do serviço prestado. É o que afirma o prefeito Ed Thomas (PSB), ao congelar a tarifa em R$ 4,25.

Apesar de criticar veemente a concessionária, ele diz que abrirá diálogo sem “radicalizar”. Ou seja, descarta, no momento, a quebra de contrato como foi recomendada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal, no fim do ano passado.

A CPI foi presidida pelo atual vice-prefeito, Izaque Silva (Patriota), gerando mais de 12 mil páginas e 13 irregularidades constatadas no transporte coletivo.

“Tem uma multa de quase R$ 500 milhões. O contrato não está sendo cumprido. Aquilo que começou errado está pior agora. Tivemos a pandemia; transportava 35 a 40 mil passageiros e caiu para 10 mil, teve prejuízo? Teve. A Prefeitura também retirou um aporte de R$ 300 mil que era do projeto Criança Cidadã. Não tem transporte porque estão sem aulas, mas algo precisava ter sido feito”, disse, em entrevista ao jornalista Osvaldo Torino, pela Rádio Comercial AM, neste sábado (2).

Segundo Ed Thomas, a quebra de contrato poderia piorar a situação do setor, que já é vista como caótica pelos usuários. “Não tem o cumprimento do contrato e, assim, precisa ser extinto. [Mas] primeiro é dialogar com a empresa. Eu não quero colocar a Prefeitura em uma situação de dificuldade mais do que já está. Preciso ter responsabilidade”, falou.

“O transporte público é um dever do município. Não tem radicalismo aqui. Não posso piorar a situação. Vai ter que ter solução. Se tiver alguma outra forma da Prefeitura dar qualidade ao transporte? Dentro da legalidade, faremos”, pontuou o prefeito.

Ajuda pleiteada pela empresa por meio de ações judiciais, o subsídio será realizado pela Prefeitura. Contudo, Ed Thomas não explicou como fará o repasse à empresa. “A Prefeitura tem que subsidiar. Eu não vou fugir da minha parte, do caixa da Prefeitura, de também participar. Só não posso deixar tirar mais dinheiro do usuário para um transporte de péssima qualidade”, frisou.

“Esse estudo [concessão de subsídio] existe porque já era feito anteriormente, antes da pandemia, que era pelo transporte de crianças. Claro, [será concedido] desde que ela melhore o serviço”, avisou.

Sem aumento na tarifa

Diferentemente do pedido Prudente Urbano, por uma tarifa de R$ 7,59, ou do estudo técnico apresentado pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), de R$ 5,50, o prefeito afirma que não haverá aumento. Atualmente, a passagem custa R$ 4,25.

“Agora, nesse momento pedir aumento de passagem para R$ 7,59? Planilha do Executivo apontar R$ 5,50? Não tem linhas todos os dias, não tem ônibus de sábado e domingo. As pessoas não podem passear ou visitar seus amigos? Não vai aumentar. Não tem como conceder aumento neste instante. Está vergonhosa a situação do transporte de Prudente”, rechaçou.

Por fim, ele admite o enxugamento de horários em determinadas linhas. Porém, cobra reforço em itinerários com grande fluxo de passageiros. “As linhas com maior fluxo de pessoas precisam ser melhoradas”, finalizou.

Fonte: www.portalprudentino.com.br