Da Redação
Em 17/09/2021 às 10:59
As doenças pneumocócicas estão entre as principais causas de óbitos no mundo; responsáveis por 11% de todas as mortes em crianças com menos de cinco anos de idade. Situação que motivou a busca de respostas para contribuir com a redução dessa estatística preocupante, através de estudo científico realizado em crianças atendidas no Ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Hospital Regional (HR) “Domingos Leonardo Cerávolo”.
Mediante análise sorológica e clínica de pacientes com as três doses de vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI) e mais a aplicação de vacina especial para pneumonia, a conclusão é a de que vacinas salvam vidas, conforme o médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, orientador da pesquisa feita pela médica pediatra intensivista neonatal Giovana Marioto Pelizari.
Benefícios gerados
O trabalho desenvolvido junto ao mestrado em Ciências da Saúde na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) avaliou 25 crianças atendidas, de 2014 e 2020.
A constatação é de que a estatística preocupante pode ser reduzida significativamente, gerando benefícios como a diminuição da morbi-mortalidade não só de crianças; além da queda do custo médio com internações e a sobrecarga do sistema hospitalar, especialmente o Sistema Único de Saúde (SUS).
As crianças avaliadas, mesmo com as três doses da vacina obrigatória do PNI, a PMN10 que contém 10 diferentes tipos de pneumococos, continuavam a ter infecções de repetição de vias aéreas, tais como: pneumonia, sinusite, infecão de ouvido e garganta, exigindo uso contínuo de antibiotico e internações hospitalares.
Após receberem a vacina especial para pneumonia, a PPV23 que contém 23 tipos deferentes de pneumococos, ocorreu a avalição de dados epidemiológicos: sexo, idade, local de residência; e a resposta sorológica e clínica à vacina.
Entre os principais resultados foi verificado que a vacina produziu aumento significativo nos níveis de anticorpos diante de diferentes sorotipos de pneumococcos presentes na vacina especial.
Melhora clínica
“Para 76% das crianças houve redução em mais de 50% dos processos infecciosos de vias aéreas, diminuição no uso de antibióticos, das internações e das visitas ao pronto-socorro, no intervalo de 1 ano após a vacinação”, analisa Euribel.
Segundo ele, a vacinação proporcionou melhora clínica e da qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares.
“Salvando vidas uma vez que a doença pneumocócia é uma das principais causas de morte em crianças. O modelo deste estudo pode ser aplicado em diferentes serviços com pouca disponibilidade de recursos, mesmo sem contar com ambulatório de especialidades”, afirma.
Além da base teórica e da pesquisa em si, na condição de médica neonatoligista Giovana Marioto Pelizari levou para o estudo as suas vivências das consultas de rotina e do acompanhamento do crescimento das crianças que atende na prevenção e tratamento de possíveis enfermidades, orietando e aconselhando as mães.
Fonte: www.portalprudentino.com.br