Da Redação

Em 25/08/2021 às 09:45

Por meio de parcerias com municípios, empresa reaproveita dezenas de toneladas de galhos, móveis, entre outros (Foto: Cedida/AI)

 

Com o prolongamento da estiagem, grandes incêndios em reservas florestais e pastagens tornaram-se rotineiros na região. Apenas em Presidente Prudente, o fogo consumiu entre 50% a 80% de cinco áreas verdes. Além de causar graves prejuízos ao meio ambiente, a prática criminosa provoca o aumento de procura por auxílio hospitalar devido ao alto poder tóxico liberado durante a combustão.

Utilizada há décadas como forma de ‘limpeza’, a queima de folhas, galhos, móveis, plásticos e outros materiais é a principal causa da destruição de florestas, morte de animais e contaminação de córregos e rios.

“A queimada é tão devastadora que provoca o assoreamento de rios, além de gerar enorme poluição do ar. Mas, não é só isso: muitas substâncias tóxicas podem ser liberadas dependendo do material como: mercúrio, chumbo, cádmio, dioxinas e furanos”, enumera o diretor-presidente da Transforma Energia, Felipe Barroso.

Os efeitos da fumaça e fuligem produzidos por estas queimadas podem causar problemas de saúde como intoxicação, desordens cardiovasculares, enfisema pulmonar, asma, irritação, falta de ar e alergia. “Além de gerar uma demanda excessiva de uso de água potável, o que contribui para a escassez de recursos hídricos. Cabe lembrar que toda essa fumaça liberada pela queimada aumenta ainda mais o efeito estufa”, pontua.

Barroso aponta para as únicas soluções de efeito em curto a médio prazo. “A principal razão está na falta de conscientização da própria população. É preciso um trabalho intenso de educação ambiental realizada em todas as faixas etárias, de crianças a idosos, explicando de forma repetitiva que a população não pode colocar fogo em resíduo, porque isso só contribui com as queimadas; a não atear fogo em terrenos ou jogar bituca de cigarro às margens de áreas verdes”, diz.

Ele defende que a educação ambiental é fator principal para a mudança do cenário. “A educação ambiental se torna um instrumento eficaz de gestão para as políticas públicas em relação ao meio ambiente, sendo esta necessária para a mudança de comportamento das pessoas. Ela instiga a população a ter atitudes que levam à sustentabilidade do meio ambiente”, opina.

“Uma outra frente é fortalecer o serviço de limpeza e recolhimento de restos de resíduos descartados irregularmente pela população em fundos de vale, terrenos baldios, entre outros espaços. Tirando o quanto antes esse material acumulado, as pessoas terão menos ‘incentivo’ para atear fogo”, frisa.

É crime

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais 9.605/1998, a queima de lixo doméstico é crime e pode gerar multa e detenção de um a quatro anos. Cabe salientar que muitos municípios têm legislações específicas com o intuito de coibir a prática irregular por meio de regras mais rígidas.

Parceria

Por meio de parcerias com municípios da região, a Transforma Energia reaproveita dezenas de toneladas de resíduos – galhos, móveis, entre outros – que ficam estocados em depósitos municipais.

Recentemente, produziu 200 toneladas de combustível com alto poder calorífico para o emprego em caldeiras industriais. “Agora, todos esses resíduos são transformados em energia limpa e renovável. Hoje, a Transforma Energia se apresenta como solução para os problemas de descartes irregulares”, diz Barroso.

Sediada em Caiabu, a empresa conta com duas plantas industriais em operação comercial: Resíduos de Grandes Volumes – (RGV), com capacidade de processar 20 toneladas de resíduos por hora, e a de Resíduos da Construção Civil – (RCC), com capacidade de processar 75 toneladas por hora.

Fonte: www.portalprudentino.com.br