JULHIA MARQUETI – Especial para O Imparcial

A ideia de colecionar o álbum de figurinhas da Copa do Mundo já se tornou tradição. É um fator especial, como um “esquenta” diferente para a principal competição no futebol mundial. Envolvendo crianças e adultos, o pacotinho com os cromos e figurinhas conecta diferentes gerações, seja nas bancas de jornais, nas lojas de esportes ou na hora de trocar aquelas que vêm repetidas. A verdade é que, com o passar dos anos, a dificuldade em completar o álbum foi diminuindo. Mesmo com o preço um pouco salgado, opinião defendida pela maioria dos colecionadores, a mobilização na internet facilita os amantes do esporte.

Por este motivo, em menos de uma semana de vendas, a busca pelo livro em si e pelos pacotes com figurinhas começa a movimentar todo o comércio local. A tentativa de todos é fechar a coleção antes de começar a Copa do Mundo Fifa 2018, que começa no dia 14 de junho. Com aproximadamente três meses para isso, o tempo parece ser curto para aqueles que correm nas bancas e nos pontos de vendas para comprar ou fazer a troca todos os dias. Por este motivo, lojas já iniciam a preparação para encontros daqueles que possuem grande número de figuras repetidas e comemoram as expectativas de venda superadas em poucos dias.

 

Alta procura

Mesmo com o preço um pouco acima do esperado, Reinaldo Sanches Goulart, jornaleiro da Banca do Tênis, não passa uma hora se quer sem escutar: “tem figurinha? Quero tantos pacotes”. Tem até mesmo aqueles que abrem na frente dele e comemoram o que encontram “Nossa! Não acredito! Achei o Neymar!”, comenta. “A movimentação está a mil por hora desde domingo, o álbum de capa dura já esgotou e mesmo assim não para. Às vezes a pessoa volta aqui umas três vezes no mesmo dia, formam filas”, conta o proprietário.

De acordo com Reinaldo, não existe idade certa para colecionar e procurar os pacotes. “Às vezes vem criancinha pequenininha aqui, chorando, querendo o álbum. Às vezes nem sabe o que é, mas quer porque o pai incentiva”, relata. O jornaleiro lembra que não é apenas o incentivo ao esporte que movimenta os amantes de futebol, mas sim a interação que acontece durante esses dias. “Incentiva a fazer a troca, a interação com outras crianças, mostra o que é o colecionar”, lembra.

Por pessoa, em torno de 10 a 20 pacotes saem por dia, por este motivo, daqui duas semanas já começam os eventos de troca de figurinhas repetidas. Pela grande movimentação na banca, o local deste ano mudou, segundo ele. “Começou a dar problemas com crianças na rua, tinham duas pessoas que só cuidavam delas e mesmo assim não dava conta. A gente falava para os pais ficarem atentos, mas eles viravam pra figurinha e já esqueciam. Então aluguei o salão da igreja Nossa Senhora de Fátima para fazer”. O encontro já aconteceu durante a Copa de 2014, quando reuniu por volta de três mil pessoas por final de semana.

 

Interação e troca

Enquanto o evento de trocas ocorre no dia 31 deste mês, neste sábado, a partir das 10h, a loja Esporte Fino Store, no Prudente Parque Shopping, outro local do município que está tendo grande procura de vendas relacionadas a Copa, abriga o encontro. De acordo com o empresário Lucas Franco Modaelli, a procura está quebrando todas as expectativas. “Está bem alta, principalmente pelo público masculino, jovens, adolescentes, até adultos, na faixa dos 25, 30 anos, estão colecionando, além dos pais que querem curtir o hobby com seus filhos”, conta.

Sobre o preço, há o questionamento sobre o aumento relacionado a quatro anos atrás, de R$ 1 para R$ 2, nos pacotes de figurinhas, mas o motivo não é grande o suficiente para que os colecionadores saiam sem os cromos. “Alguns clientes acabam comparando com o preço do pacote de figurinhas da Copa anterior, mas não estão deixando de comprar”. E a expectativa para os próximos finais de semana só aumenta. “Em média, 300 pacotes devem sair durante este tempo até o inicio da competição”, afirma.

Na Banca do Parque do Povo, em quatro dias foram vendidas quase que 1,5 mil pacotes. A expectativa para o proprietário Sérgio Kinochito é grande, tanto para o álbum quanto para o futebol durante a competição. “A procura está maior que em 2014, acho que isso envolve o fato de o brasileiro estar de bem com o futebol. Não sei, mas o pessoal esta animado”, relata.

Fonte: imparcial.com.br